Testemunho Tatiana Costa

Sou a Tatiana Costa, tenho 43 anos. Sou brasileira, empresária e vivo em Cascais, em Portugal.

Em 10 de junho de 2018, acordei a meio da noite com muitas tonturas e com falta visível de equilíbrio. Na verdade, não consigo ficar de pé.

O meu marido levou-me de imediato ao Hospital de Cascais e, durante uns longos e ansiosos cinco dias, continuou com aqueles sintomas.

Durante este período fiz, primeiro, um TAC, porque penseim que tinha tido um AVC. Depois fui submetida a uma ressonância magnética sem contrato e outra com contraste.

O resultado destes dois exames importantes, ou seja, o diagnóstico que o médico me fez e comunicou foi muito desanimador, porque me disse que tinha localizado no meu cérebro dois cavernomas, doença que desconhecia totalmente.

Ao fim destes dias, marquei-me uma consulta, para ser acompanhado por uma neurocirurgião, no Hospital Egas Moniz. A consulta só aconteceu em outubro desse ano de 2018.

Durante esse intervalo de tempo, fui ainda visto por dois otorrinolaringologistas. Um deles afirmou ser os cavernomas que me causaram as frequentes dúvidas de que eu reclamava.

O outro otorrinolaringologista afirmou que o mal estar permanente poderia estar relacionado com os cristais do ouvido.

Durante este período também tive vômitos e muitas dores no estômago. E me mediquei para o alívio desses sintomas. Com o passar do tempo, as dores abrandaram e por isso diminuíram a toma diária do medicamento.

A neurocirurgião disse-me que tinha de ser acompanhada para saber se há alterações ou não, no meu cérebro. Portanto, faço, desde essa altura, todos os anos, uma ressonância magnética.

Desde essa altura, que não posso esquecer que não posso baixar a cabeça repentinamente, e também não posso ter o prazer de um bom mergulho, na praia.

Também perdi a capacidade de me concentrar na leitura de um bom livro, prazer de que tanto gosto.

Ao dirigir, no trânsito, se circula em velocidades muito altas, sinto que não consigo controlar o volante do meu carro.

Mas, apesar destes sintomas, não me foi recomendado qualquer tipo de sessões de reabilitação ou terapia, para remediar o desconforto.

Passados ​​​​estes anos, preocupa-me não saber como será o meu futuro, porque a falta de informação que há sobre a doença e perceber o que pode causar em mim.

O que sei é que poderia ter ficado assintomático como muitos casos que sei que existem. No meu caso particular, parei-me com picos de estresse, alterações frequentes de humor repentino, que não me lembro de ter até 2002, quando ainda vivia no Brasil.

À minha volta, meus familiares e amigos notam e reclamam dos picos de estresse e algum descontrolo, que tenho algumas vezes, principalmente quando tenho que me pronunciar sobre algo que me incomoda (fico sempre tão nervoso e furioso!).

E não consigo verbalizar da melhor forma o que tenho para dizer, causando sempre desconforto para quem está ao meu lado e ao meu redor.
A minha família mais próxima começou a perceber o transtorno que estes sintomas causam constantemente em mim. Os meus amigos ainda não sabem o que se passa comigo.